Caros munícipes,
Apresento aqui a minha intervenção na assembleia municipal de dia 28 de setembro de 2018, relativa à falta de informação segura, clara, objetiva sobre a qualidade da água nos dias imediatamente anteriores às festas de agosto.
EDIÇÃO: em resposta à minha intervenção e apenas hoje, 28 de setembro, foi anunciado que hoje uma avaria no dispositivo de cloro que provocou o pico de cloro no dia relatado. Até hoje, até esta intervenção, a posição da câmara era que nada se tinha passado.
Apresento aqui a minha intervenção na assembleia municipal de dia 28 de setembro de 2018, relativa à falta de informação segura, clara, objetiva sobre a qualidade da água nos dias imediatamente anteriores às festas de agosto.
EDIÇÃO: em resposta à minha intervenção e apenas hoje, 28 de setembro, foi anunciado que hoje uma avaria no dispositivo de cloro que provocou o pico de cloro no dia relatado. Até hoje, até esta intervenção, a posição da câmara era que nada se tinha passado.
Senhor presidente:
Na véspera da inauguração das festas do concelho, levei à boca em casa, como todos os dias, um copo de água da rede. Há muitos anos que temos plena confiança na qualidade da Água em Ansião. Até me assustei: a boca ardia, a garganta ardia! Cuspi toda a que pude, esvaziei o jarro que tinha enchido para o jantar.
Houve um choque de cloro. Uma desinfeção de emergência do abastecimento de água em Ansião.
Já havia nessa altura na terra e nas redes sociais quem afirmasse – até mesmo à mulher de um dos seus vereadores, pelo que não são vozes anónimas, mas sim identificadas – que escolas de Ansião tinham recebido um telefonema da câmara a alertar para que as crianças não consumissem a água.
Tive já oportunidade de comunicar ao vereador Alexandre, no dia seguinte, em breves instantes durante a inauguração das festas, que fez bem em ter o cuidado de fazer a desinfeção de emergência.
A minha surpresa, senhor presidente, é constatar a reação da Câmara às preocupações que circulavam.
De facto, como a câmara relatou, houve um surto viral que atingiu pelo menos a região entre Leiria e Coimbra, causador de vários sintomas gastrointestinais. A isto a câmara é alheia. Não há qualquer dúvida sobre isso.
Mas se as preocupações de existência de uma contaminação bacteriológica na água da nossa rede, no mesmo período, fossem injustificadas, senhor presidente, esperar-se-ia que os factos apresentados fossem claro e objetivos. Não deixassem margem para dúvidas. Que nos desse a confiança de estar a controlar os processos ligados ao abastecimento de água.
Não foi isso que se passou.
Perante a preocupação generalizada, a câmara referiu resultados de análises do primeiro trimestre, já estando nós em pleno agosto. Depois referiu que as análises feitas dois dias depois do choque de cloro nada apresentavam. Mal seria, se após uma desinfeção de emergência houvesse ainda problemas!
Senhor presidente, esclareça os munícipes:
- se os relatos de telefonemas às escolas são falsos, porque não desmente diretamente as pessoas que os fazem publicamente?
- se não havia contaminação, porque fez um choque de cloro?
- se não tem análises feitas em Ansião antes do choque, como sabe qual a qualidade da água, com temperaturas de 40 graus?
- há ou não um registo, auditável, do funcionamento dos sistemas de tratamento e dos atos dos funcionários que neles atuam?
- se não tiver análises feitas em Ansião, porque não divulga as feitas por municípios vizinhos à nossa água, nas localidades deles por nós servidas?
Se tivesse comunicado estas informações, saberíamos que dominava os processos, que podíamos confiar no que se estava a fazer. Sem elas, só transferiu para os munícipes a preocupação com a veracidade das informações que circulam e com a segurança da nossa água.
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