Caros munícipes,
Aqui deixo o teor da minha principal intervenção, feita há momentos na Assembleia Municipal que hoje se realiza:
Comemora-se este ano uma efeméride que quero referir.
Completam-se 10 anos da primeira campanha arqueológica promovida pelo Município de Ansião no Poço do Carvalhal. Conhecíamos antes a existência de vestígios romanos e de uma galeria. Graças a essa campanha arqueológica, promovida no último mandato do seu antecessor Rui Rocha, de quem orgulhosamente integro esta banda da assembleia, podemos hoje todos saber a importância efetiva do que lá se encontra, visto o relatório estar publicado online, na Revista Portuguesa de Arqueologia.
Pergunto-lhe, senhor presidente, como já foi feito aqui noutras ocasiões, mas agora por ocasião dos 10 anos da campanha arqueológica: quando terminará a inação deste executivo com o património do Poço do Carvalhal?
Permita-me ainda referir algo mais. No início deste mês, em Santiago da Guarda, tive a oportunidade de participar no colóquio do Fórum Romano, onde ficou clara a expetativa de existência de vestígios significativos em vários outros locais do concelho, além de Santiago da Guarda. Temos de facto património romano valioso, ao contrário do que se pensava - por ignorância - há apenas poucas décadas.
Mereceria um rasgo de novidade, que promovesse além-concelho este evento de fim de semana, que lhe introduzisse novidades. Mesmo para o público do concelho, dever-se-ia promover maior divulgação, inclusivamente com vídeos de edições anteriores que permitisse às pessoas saber o que ocorreu em anos anteriores - e que se inove, dado que as edições têm vindo a ter pouco rasgo inovador e até alguma mistura musical com a baixa idade média.
No colóquio, em debate com os especialistas, referi os vestígios descobertos no centro da vila, já há várias décadas, infelizmente não preservados.
Um dos investigadores do colóquio referiu que frequentemente os edifícios posteriores foram feitos sobre os antigos. Exemplo disso foram as sondagens efetuadas - e hoje visitáveis - em Lisboa sob o Banco de Portugal, entre tantos outros exemplos pelo mundo. Valeria a pena promover a sondagem em pequenas tiras exploratórias, inclusivamente sob o edifício dos Paços de Concelho, dados que foi na sua vizinhança que se encontraram os vestígios de uma forja, como publicou o Padre Coutinho, inclusivamente com um testemunho do meu avô. Inclusivamente poder-se-ia pensar como fazer algo a este respeito tendo presente que há tantos edifícios por perto quase devolutos. Gostaria de saber qual a sua abertura a esta ideia.